O tema sexualidade vem recebendo crescente atenção ao longo dos anos. Assim, a sexualidade necessita de abordagens bem concretas, pois é um aspecto central do ser humano durante toda a vida. Compreende sexo, papel e identidade sexual, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução. As disfunções relacionadas com a sexualidade podem comprometer de forma individual e em nível social a vida de uma pessoa. A conscientização profissional associada ao respeito e entendimento da queixa da pessoa e/ou do companheiro (a) é fundamental. Isso poderá ajudar a encontrar uma solução para o que está impedindo que um relacionamento seja consolidado, assim como o indivíduo possa atingir sua realização plena como pessoa. A sexualidade compreende a integração de aspectos biológicos, psicológicos e culturais. Para tanto é desejável que profissionais competentes com diferentes formações acadêmicas possam atuar colaborativamente visando ajudar o paciente, e dentre esses profissionais, o Fisioterapeuta. É altamente desejável que sejam mostrados todas as modalidades de tratamento que existem para que a sexualidade seja plena, e entre essas modalidades, às que estão relacionadas com a Fisioterapia.
A Fisioterapia em Sexualidade disponibiliza recursos que poderão contribuir para que homens e mulheres resolvam problemas relacionados com a vida sexual, independe da idade. Assim, disfunções sexuais como o vaginismo, a anorgasmia e dispareunia, na mulher e como a disfunção erétil e ejaculação precoce no homem, poderão ser tratadas de forma não invasiva. A dor pélvica e a incontinência urinária, fecal ou gasosa, que podem comprometer a saúde sexual também podem tratadas pela Fisioterapia. O componente biológico da sexualidade considera a capacidade de resposta ao estímulo sexual. Está relacionado ao corpo físico e à funcionalidade e à integridade de todos os órgãos e estruturas que concorrem para uma resposta sexual adequada, e os músculos do assoalho pélvico tem grande relevância. O assoalho pélvico, localizado na parte inferior da pelve, tem funções de apoio, limitação da massa visceral, condução, sexual e esfincteriana. O ciclo da resposta sexual resulta da coordenação de diversos componentes distintos e complexos, e relativamente independentes. Um dos componentes da resposta sexual pode não se completar ou ocorrer de maneira inadequada caracterizando uma disfunção sexual. É importante assinalar que a disfunção sexual somente é considerada com tal, quando existe uma queixa de um dos parceiros ou do casal.
Os procedimentos fisioterapêuticos são adequados para cada paciente considerando as queixas individuais ou do casal, se for o caso. Protocolos envolvendo exercícios específicos (cinesioterapia, respiração e adequação/conscientização postural) aliados, se necessário à eletroterapia, são ajustados respeitando-se a privacidade de cada paciente que procure atendimento. Orientações técnicas e aconselhamentos relacionados com a saúde sexual e com a própria atividade sexual, independente da idade, são fornecidos para a pessoa/casal que procura um atendimento esclarecedor. Cada procedimento somente deve ser realizado, após ser apresentado à pessoa e essa ter sido favorável à realização do mesmo. A Fisioterapia em sexualidade surge como uma alternativa importante ou complementar de tratamento das disfunções sexuais. A disfunção erétil associada à idade e a diminuição da libido que ocorre no homem, assim como condições clínicas que surgem na mulher devido à menopausa, como o ressecamento da mucosa vaginal podem, em muitas vezes, serem resolvidos sem o uso de medicamentos orais, reposição hormonal ou lubrificantes vaginais. Lamentavelmente muitos profissionais da área de saúde ainda desconhecem ou não tem interesse em orientar os seus pacientes a realizar procedimentos com um fisioterapeuta com formação em sexualidade.
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