A perda de memória é uma das queixas mais freqüentes entre a população idosa, as causas podem ser orgânicas ou funcionais. As orgânicas incluem danos cerebrais provocados por uma doença, por um trauma, pelo uso abusivo de determinados medicamentos e etc.. As causas funcionais são os fatores psicológicos e emocionais que podem surgir a partir de conflitos pessoais, familiares, profissionais entre outros.
A doença de Alzheimer é um dos tipos de demência que afeta a população idosa, e um dos seus primeiros sintomas é a perda de memória. No entanto existem outras demências que também provocam sintomas cognitivos que afetam a vida diária do idoso. É importante lembrar que para um diagnóstico correto é preciso buscar uma avaliação médica.
A psicoterapia pode ser uma grande aliada para os idosos com demência. Muitos acreditam que o idoso não percebe os sintomas da doença, o que não é verdade. Principalmente nos estágios iniciais, há a percepção dos déficits cognitivos, o que gera sentimentos de incerteza e o medo de perder as habilidades importantes para a conservação da integridade pessoal do futuro.
Os idosos acometidos por demência podem apresentar reações de raiva, desconfiança, frustração, tristeza e medo, pois a perda da memória é uma perda progressiva tanto de si mesmo como também do mundo como um todo, ou seja, o desaparecimento das referencias que nos fazem únicos e singulares.
O psicólogo vai auxiliar o idoso a lidar com a doença, tanto com o impacto em suas vidas cotidianas como também com as conseqüências sociais do diagnóstico. A psicoterapia vai possibilitar a expressão de sentimentos abrindo condições para a atribuição de significados a essas experiências e a ressignificação de outras vivências. Poder nomear o medo de estar enlouquecendo, falar da frustração que é tentar lembrar e não conseguir, falar sobre o desamparo que sente ao acordar e não saber onde está, restaura a sensação de ser. Assim sendo o psicólogo trabalhará seus sentimentos e a sua realidade emocional, buscando sempre a melhor forma possível de possibilidades e potencialidades que o paciente tem para lidar com as suas limitações.
RACHEL DIAS LOPES É PSICÓLOGA CONVIADADA.
(CRP: 05/ 40363)