Como é diagnosticada uma entorse de tornozelo?
Quais os tratamentos?
E quando é indicada cirurgia?
A entorse de tornozelo é a lesão mais comumente vista durante a vida profissional do ortopedista, visto que é o evento traumático mais freqüente durante a prática desportiva. Estima-se que ocorram 27000 casos diários atendidos nos departamentos de emergência nos EUA.
Seu diagnóstico não oferece dificuldade para o médico assistente, já que os sinais clínicos de edema e dor sobre o local estarão sempre presentes. É importante também avaliar a presença e a extensão da equimose sobre o local e se o paciente é incapaz de suportar o seu próprio peso sobre o membro acometido, o que confere maior grau de lesão de partes moles. A gravidade da entorse varia de leve, moderado à grave, dependendo da extensão da ruptura dos ligamentos laterais do tornozelo, os quais são os mais freqüentemente envolvidos. Durante a colheita de dados com o paciente é importante perguntar em que situação ocorreu a lesão, se durante uma prática de atividade física de alto impacto como, por exemplo, corrida ou salto, ou simplesmente caminhando na rua, já que alguns pacientes podem apresentar uma história crônica de entorses de repetição. A avaliação inicial consiste na realização de exames radiográficos do tornozelo e pé, para descartarmos a presença de fraturas associadas.
O uso da Ressonância Magnética não é indicado rotineiramente nos entorses agudos, somente em casos selecionados. Depois de afastada a presença de fraturas ou luxações, o tratamento de uma entorse simples do tornozelo, independentemente da gravidade, seja ela leve, moderada ou grave, consiste basicamente num período curto de imobilização com uso de gelo local e eventualmente a associação com antiinflamatórios não-hormonais administrados por via oral. Após passada a fase aguda, é dada ênfase na reabilitação funcional do membro acometido com tratamento fisioterápico objetivando analgesia e fortalecimento muscular para acelerar o retorno do paciente as suas práticas desportivas.
O tratamento cirúrgico somente estará indicado nos casos crônicos, onde o paciente apresenta entorses de repetição com dor e grande incapacidade funcional durante os episódios, nos quais não responderam adequadamente com o tratamento funcional com reabilitação fisioterápica prévia. Mesmo nesses casos, onde o paciente apresenta uma entorse recente, faz-se inicialmente o tratamento preconizado como se fosse uma lesão aguda e somente depois da melhora dos sintomas e dos sinais inflamatórios, realiza-se a reconstrução ligamentar cirúrgica.
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