O suporte psico-oncológico torna-se, então, fundamental quando possibilita a expressão de sentimentos como o medo, a revolta e a tristeza; quando estimula à adesão aos tratamentos mesmo preservando a identidade e a autonomia; atenua, através de técnicas específicas, sintomas depressivos e de ansiedade; verifica quem é sua rede de apoio e com quem pode contar; e reavalia sua maneira de enfrentar situações estressantes.

É indiscutível o impacto que o diagnóstico de câncer produz na vida de uma pessoa, pois esse nome ainda carrega o estigma de dor, solidão, sofrimento e morte. Além disso, ao longo do processo de resgate da saúde, os pacientes vivenciam perdas significativas, desde uma simples licença de trabalho à possibilidade de uma mutilação. São perdas que os levam à vivência do luto, fazendo com que a elaboração do mesmo se torne uma tarefa imprescindível. Elaborar o luto implica em um processo, desde quando a pessoa começa, gradualmente, a atribuir um sentido para esse acontecimento até construir um significado para a perda e encontrar um lugar para essa experiência em sua vida.

Uma das prioridades durante a terapia com pacientes oncológicos é ouvir a mensagem do corpo a um nível mais profundo e decodificá-la junto ao paciente, possibilitando assim, a reavaliação de sua vida, a significação da doença e a mobilização de sua energia para realizar as modificações necessárias que o leve a uma vida mais satisfatória.

Sheila Tavares Costa de Paula